sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A China do Futuro e o Futuro é Hoje...

Há 200 anos Napoleão Bonaparte fez uma profecia, que está começando a realizar-se atualmente, ao dizer:

"Deixem a China dormir porque, quando ela acordar, o mundo vai estremecer".

A China do Futuro e o Futuro é Hoje...
A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China.
.......Eis um aviso para o futuro!
Mas quem liga para esse aviso?
Atualmente ....Ninguém !
Agora é só .....aproveitar E APROVEITAR ...!
E depois como será para os nossos filhos ?
JÁ PENSOU COMO FICARÁ A CHINA DO FUTURO?


Por Luciano Pires - Luciano Pires é diretor de marketing da Dana e profissional de comunicação ..

Alguns conhecidos voltaram da China impressionados.

Um determinado produto que o Brasil fabrica em um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões...

A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante.

Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas...

Com preços que são uma fração dos praticados aqui.

Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.

Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares.

Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios.... estamos perante uma escravatura amarela e alimentando-a...

Horas extraordinárias? Na China...? Esqueça !!!

O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendo que não vão receber nada por isso...

Atrás dessa "postura" está a grande armadilha chinesa.

Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia " de poder" para ganhar o mercado ocidental .

Os chineses estão tirando proveito da atitude dos 'marqueteiros' ocidentais, que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela "agrega de valor": a marca.

Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos da América um produto "made in USA".

É tudo "made in China", com rótulo estadunidense.

As Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares...

Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço.

Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego. É o que pode-se chamar de "estratégia preçonhenta".

Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo.

Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com os designes...suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.

Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.

Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, produzindo um "choque da manufatura", como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde demais.

Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.

Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.

Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois será quem manda, terá o monopólio da produção .

Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos é quem vai regular os mercados e não os "preçonhentos".

Iremos, nós e os nossos filhos,netos... assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica... chinesa.
Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.

Nesse dia, os executivos "preçonhentos" olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando boliche no clube da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.

E então lembrarão, com muitas saudades, do tempo em que ganharam dinheiro comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro suas "marcas-grifes "aos seus conterrâneos.

E então, entristecidos, abrirão suas "marmitas" e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois foram todas copiadas....






Especialistas debatem relações entre Brasil e China


Jaiminho Martins debate com Ministro Fernando Pimentel nova politica industrial brasileira

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Consumo, Logo Existo

Por *Frei Betto

Ao visitar a admirável obra social do cantor Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças. "Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse. O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade.

Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável.

É próprio do humano - e nisso também nos diferenciamos dos animais - manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico. A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela.Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós."

O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão.Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, tem alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígene cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia? Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em Cinderela. Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder.

Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade.Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc. Comércio deriva de "com mercê", com troca.

Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas. Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira.

Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" - diz Jean Baudrillard - "nem mesmo a ordem que a destrói." E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.

Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".


*FREI BETTO, eleito Intelectual do Ano (1986) pela União Brasileira de Escritores, publicou obras que abrangem diferentes gêneros: na ficção, Hotel Brasil e Entre todos os homens; na literatura infanto-juvenil, Uala, o amor; na ficção juvenil, Alucinado som de tuba e O vencedor; no ensaio, A obra do artista: uma visão holística do universo e Sinfonia universal: a cosmovisão de Teilhard de Chardin; em memórias, Batismo de sangue, obra que mereceu o prêmio Jabuti (1985), e Alfabetto: autobiografia escolar. Muitas de seus livros mereceram tradução no exterior. “Treze Contos Diabólicos e um Angélico” saiu na editora Planeta em março de 2005.

Militante de movimentos pastorais e sociais, Frei Betto ocupa hoje a função de assessor especial do Presidente da República e é coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero. Colabora com vários jornais e revistas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Carta Escrita no Ano de 2070





Ano 2070 acabo de completar os 50, mas a minha aparência é de alguém de 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.

Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro com cerca de uma hora. Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele.

Antes todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água.

Antes o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma.

Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a água jamais se podia terminar. Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.

Antes a quantidade de água indicada como ideal para beber era oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo.

A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.

A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não tem a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera, imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.

As infecções gastrintestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.

A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-te com água potável em vez de salário.

Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressequidade da pele uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40.

Os científicos investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações.

Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos, como consequência há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações.

O governo até nos cobra pelo ar que respiramos. 137 m3 por dia por habitante e adulto. A gente que não pode pagar é retirada das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar, não são de boa qualidade mas pode-se respirar, a idade média é de 35 anos.

Em alguns países ficam manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército, a água voltou a ser um tesouro muito cobiçado mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui em troca, não há arvores porque quase nunca chove, e quando chega a registrar-se uma precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano têm sido severamente transformadas pelas provas atômicas e da indústria contaminante do século XX.

Advertiam-se que havia que cuidar o meio ambiente e ninguém fez caso.

Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente. Ela pergunta-me: Papá! Porque se acabou a água?

Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de sentir-me culpado, porque pertenço à geração que terminou destruindo o meio ambiente ou simplesmente não tomamos em conta tantos avisos. Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.

Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar ao nosso planeta terra!

(Documento extraído da revista biográfica "Crônicas de los Tiempos" de Abril de 2002.)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Vida é Uma Contagem Regressiva...







"Se não fizermos nossa parte agora, se quiser fazer amanhã, talvez não dê mais tempo." (Andressa Duarte)

Jeitos de Olhar o Mundo



Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro.

À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança.

Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum.

Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz.

Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2009



"Bem-aventurado e feliz é aquele que se levanta para promover os melhores interesses dos povos e raças da Terra." (Bahá’u’lláh)

A leitura deste texto, na década de 80, me fez decidir pela defesa do meio ambiente. Essas palavras foram ditas pelo Cacique Seatle, da tribo Duwamish, ao presidente Franklin Pierce, dos Estados Unidos, em 1854, depois do governo norte-americano ter dado a entender que desejava adquirir o território da tribo.

Fazendo uma reflexão da Carta do Cacique Seattle dei minha contribuição para as aldeias indígenas sobre a questão do saneamento básico, pergunta que fiz para Valdecir da Tribo Tembé no Fórum Social Mundial 2009 no Pará.



sábado, 26 de junho de 2010

JOVEM COM CABEÇA VAZIA É O PAÍS QUE PADECE

Mais de 1,2 Milhão de Jovens Estão Ociosos no Brasil, Segundo o IBGE.

Eles representam 5,37% dos brasileiros entre 18 e 24 anos e não trabalham, não estudam, não ajudam em casa.

Mais de 1,2 milhão de jovens de 18 a 24 anos não exerciam, em 2008, nenhuma atividade produtiva no Brasil, segundo números apresentados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Síntese de Indicadores Sociais referente ao ano passado. Essa enorme ociosidade juvenil - 1.245.270 pessoas que não estudavam, não trabalhavam e não ajudavam em afazeres domésticos - atingia 5,37% dos 23.242.000 brasileiros desta faixa etária no País. Ela se deve, em boa parte, ao desemprego.

O levantamento foi feito por técnicos do IBGE com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em setembro. Os números da falta de atividade produtiva de parte dos jovens brasileiros foram calculados pelo Estado, a partir da síntese.

Segundo o IBGE, a inatividade em 2008 era maior no sexo masculino, com 943.675 homens que não trabalhavam, não estudavam e não ajudavam em afazeres domésticos. Eram 301.591 mulheres na mesma situação. Entre os rapazes, havia 300.344 inativos de 18 a 19 anos e 643.335 de 20 a 24 anos; entre as garotas, 88.209 na primeira faixa, e 213.382 na segunda.

O grande número de jovens sem atividade produtiva chamou a atenção da pesquisadora Lara Gama, do IBGE, que trabalhou no capítulo referente a crianças, adolescentes e jovens da síntese. "Uma parte dessas pessoas sem atividade estava procurando emprego, cerca de metade dos homens que disseram não fazer nada estava nessa situação", diz Lara.

Ela explica que o IBGE limitou-se a apresentar aos entrevistados cinco opções de resposta - só trabalha, só estuda, trabalha e estuda, cumpre afazeres domésticos e não faz nada -, mas não perguntou o motivo. "Outra parte pode ter deficiências, doenças ou simplesmente não tem uma ocupação, mas não é possível determinar o motivo", afirma.

A pesquisadora diz que a falta de atividades é menor no sexo feminino por vários motivos: as mulheres estão entrando mais fortemente no mercado de trabalho e, quando não têm emprego, em geral se incumbem de tarefas domésticas.

Uma quantidade muito maior de jovens na mesma faixa etária, porém, declarou exercer atividades produtivas. Ao todo, 3.853.755 homens e mulheres dessa idade (16,58% do total) acumulavam trabalho e estudo. Outro grupo, formado por 3.236.267 pessoas, só estudava. E 11.051.503 só trabalhavam.

FAMÍLIAS

A inatividade de parte expressiva dos jovens brasileiros se dá em um quadro de melhoria da distribuição de renda, embora permaneçam grandes os níveis de desigualdade. Em 1998, 27,3% das pessoas com até 17 anos viviam em famílias em situação de extrema pobreza, com renda familiar per capita de até um quarto do salário mínimo. Em 2008, essa proporção caiu para 18,5%.

Quase metade, porém, ainda vivia, no ano passado, em famílias com menos de meio salário mínimo de renda familiar per capita (44,7%). No Nordeste, a proporção de jovens em famílias pobres ou extremamente pobres era maior, 66,7%, ante 73,1% em 1998. "Tais melhoras podem ser atribuídas ao efeito de políticas públicas de transferência de renda", diz o estudo.

A síntese também aponta a redução da população brasileira mais jovem. Em 1998, as crianças de zero a 6 anos eram 13,2% da população, passando a 10,2% em 2008. Menos da metade da população (43,2%) estava na faixa de zero a 24 anos, o que coloca o Brasil entre os países em processo de envelhecimento.

A pesquisa se baseou na Pnad - na qual 2,5 mil pesquisadores ouviram 391 mil pessoas em 150 mil domicílios. Outras bases de dados foram consultadas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

JOVENS BRASILEIROS SÃO MAIS OTIMISTAS EM RELAÇÃO AO AQUECIMENTO GLOBAL



"Nunca duvide da capacidade de um pequeno grupo de dedicados cidadãos para mudar rumos do planeta. Na verdade, eles são a única esperança para que isso possa ocorrer" - Margaret Mead

O Habbo Hotel (http://www.habbo.com.br/), comunidade virtual teen, descobriu que os adolescentes brasileiros estão muito conscientes dos perigos das mudanças climáticas no planeta. Por meio de uma pesquisa realizada pela internet no começo do ano com cerca de 50 mil jovens em 20 países, os usuários do jogo manifestaram suas opiniões sobre questões relacionadas com o aquecimento global, ações que praticam para ajudar na resolução do problema e as percepções sobre quem seriam os grandes culpados por esta situação. Cerca de 1.500 usuários da comunidade em português do Habbo Hotel responderam às questões e revelaram que as crianças brasileiras e portuguesas são incisivas quanto às questões levantadas e mais otimistas quando o assunto é a possibilidade de reverter os problemas climáticos.

Brasil é a nação mais preocupada com o aquecimento global; 73% acreditam que ainda é possível reverter o processo

O jovem brasileiro se destaca quanto à seriedade com a qual vê o problema climático. Enquanto a média global no assunto é de 56%, 92% dos brasileiros se dizem preocupados com o aquecimento global, e 91% com a poluição e outras questões ambientais. 76% afirmam que o aquecimento global é um problema sério. Quando perguntados sobre como cada governo vê a situação, 56% dos nossos jovens afirmaram que eles se preocupam, enquanto a média dos outros países não ultrapassa os 33%.

Os jovens mais conscientes do papel de seu próprio país na emissão de poluentes são os japoneses, seguidos dos franceses e dos americanos. 33% dos nossos jovens concordam plenamente que o Brasil polui muito, e 61% discordam que o fenômeno vai poupar o país (72% acreditam que serão afetados de maneira negativa). Quando a questão é a medida do conhecimento, os brasileiros disparam: 72% afirmam que sabem o suficiente sobre o assunto e sobre como preveni-lo, enquanto apenas 56% do resto do mundo pode afirmar o mesmo. E é no otimismo que se manifesta a maior vantagem do brasileiro: 73% dos adolescentes acreditam que ainda é possível frear o aquecimento global, ao passo que 64% das outras nacionalidades têm a mesma opinião.

Muita conversa sobre o assunto: a família brasileira é a que mais age em prol do meio-ambiente.

Os brasileiros se mostraram dispostos a mudar suas atitudes que influenciem diretamente na mudança climática. Em todo o mundo, os jovens já estão acostumados a desligar a TV quando não estiver em uso (87% no Brasil) e a apagar a luz ao sair de uma sala (81% no Brasil), e nosso país também se destacou na utilização de lâmpadas frias -mais econômicas- em casa, estando 15% acima da média mundial. O estudo também mostrou que, apesar de apenas 53% dos brasileiros afirmarem que praticam a reciclagem, 74% estariam dispostos a fazê-lo pelo bem do meio-ambiente. Nós também somos o país que mais discute sobre o assunto: 62% dos brasileiros afirmam que conversam com os amigos no sentido de conscientizá-los, enquanto a média mundial é apenas de 45%.

Esses dados mostram que, tanto na escola como em casa, os adolescentes estão cada vez mais familiarizados com o tema. É por isso que 22% dos pesquisados brasileiros consideram a escola como ambiente adequado para reunir informações sobre o assunto – a segunda maior incidência da resposta, ficando atrás apenas do Canadá. Quanto à atitude dos pais, 60% das crianças brasileiras afirmam que eles se preocupam com o meio ambiente. A média geral, em relação à mesma pergunta, computou apenas 48%.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A JUVENTUDE É O MOTOR DO MUNDO


“Um recém-nascido é a prova de que, apesar de tudo isso que vocês fazem com ela, a natureza ainda não desistiu do ser humano.” Millôr Fernandes

A palavra sustentabilidade consolidou-se como ordem contra a degradação ambiental. Existem diferentes interpretações para o termo desenvolvimento sustentável. No entanto, o governo brasileiro adota a definição apresentada no documento Nosso Futuro Comum, publicado em 1987, também conhecido como Relatório Bruntland, no qual desenvolvimento sustentável é concebido como: “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.

Poucas sociedades estão se dando conta do que está acontecendo. Adotamos padrões insustentáveis de extração, produção e consumo, além da capacidade de reposição do planeta. O que a sustentabilidade, proposta há muitos anos valoriza, é melhorar a qualidade de vida do futuro, adotando iniciativas sociais, econômicas e ambientais que nos levem a um planejamento justo, com vistas a atender às necessidades humanas enquanto se planeja cuidadosamente os diferentes usos dos recursos naturais.

No nosso dia-a-dia consumo e necessidades se confundem, não sabemos mais se o que consumimos é essencial, ou se é essencial consumirmos e nós “jovens de hoje” e os “antigos jovens” temos grande parcela de culpa nisso. Seduzidos pelos confortos materiais, habituamo-nos com o consumismo desenfreado, com o acúmulo de riquezas e com o desperdício. Por fim, quando ficarmos mais velhos e experientes, pensaremos na problemática ambiental e na colaboração que tivemos na degradação do planeta, como fizeram nossos pais, enxergaremos como não devemos fazer como não deverão e nem poderão fazer os nossos filhos.

Muito de nós, jovens, já acordamos para essa realidade nada positiva. Todo esse consumismo excessivo rendeu muitos impactos ao planeta, entre eles o aquecimento global. A catástrofe que não acreditávamos já começou, e está provado cientificamente que o culpado disso é o homem. Cada vez mais seus efeitos refletem em todo o mundo. Para evidenciar essa verdade, em 2004, Catarina, ciclone com características de furacão, nasceu onde nunca se imaginava: foi o primeiro observado no sul do Oceano Atlântico, atingindo o litoral do estado de Santa Catarina, em 2005, à temperatura média da Terra foi a mais alta dos último 100 anos e a Amazônia enfrentou uma seca nunca ocorrida antes. Infelizmente já podemos contar os mortos por causa das secas, inundações e outros fatores relacionados ao aquecimento global.

Nossa missão agora é como nos adaptar à vida em um planeta bem mais quente, e parar gradativamente de lançar na atmosfera os gases nocivos que contribuem para o aquecimento global.

Não podemos mudar o mundo, mas ao menos podemos tentar mudar o local em que vivemos; mobilizar é a palavra chave. Mais uma vez, o jovem tem a oportunidade: temos uma força incomparável. Agora o que nos motiva é, nada menos, que a própria sobrevivência da nossa geração e das futuras. A Juventude tem sede de fazer um mundo diferente e o que direcionará o sentido da mudança, na minha opinião, é a esperança de um mundo melhor ou sendo mais radical, esperança de simplesmente podermos existir daqui a alguns poucos anos.

Convoco todos os jovens para revolucionarmos, mudando as nossas próprias atitudes, nossos hábitos, disseminando informações e atitudes simples: participando de projetos sócio-ambientais, do Conselho Municipal de Meio Ambiente, separando nosso próprio lixo para a coleta seletiva, incentivando ações sócio-ambientais na comunidade, por meio das associações de bairro, na escola, na faculdade em que estudamos e nos círculos de amizade. Enfim, o problema é nosso, vamos realizar a parte que nos cabe; somos muitos e juntos somos fortes. Sejamos todos conscientes, responsáveis e rápidos, antes que o preço pelos nossos equívocos e indiferença seja alto demais.

Está em nossas mãos.